Revolução Francesa
Causas Estruturais e Conjunturais
A deflagração da Revolução Francesa em 1789 não foi um evento súbito, mas sim o resultado de um acúmulo de tensões de naturezas distintas, que podem ser categorizadas em causas estruturais, profundamente arraigadas na organização social e política do Antigo Regime, e causas conjunturais, relacionadas a eventos e crises mais imediatas que precipitaram o colapso.
As causas estruturais envolviam uma severa Crise Econômica, alimentada por um sistema de altos impostos que onerava desproporcionalmente o Terceiro Estado (burguesia, camponeses e trabalhadores urbanos), enquanto sustentava os exorbitantes custos da Monarquia e da corte. Somavam-se a isso os anacrônicos Privilégios Feudais, que garantiam isenções fiscais ao Primeiro Estado (Clero) e ao Segundo Estado (Nobreza), aprofundando a desigualdade social e a carga tributária sobre os não privilegiados.
Paralelamente, uma profunda Crise do Campesinato assolava a França rural. Os camponeses ansiavam por libertar-se das obrigações feudais que ainda deviam aos senhores locais. Essa situação foi agravada por alterações climáticas que levaram a péssimas colheitas, provocando uma dramática alta nos preços de gêneros essenciais como o trigo (base da alimentação) e o vinho, vale ressaltar que nos anos anteriores a essa crise parte das terras produtoras tradicionais de gêneros agrícolas se tornaram áreas de produção de leite pois era mais rentável, fato que, ao longo dos anos foi diminuindo as áreas produtoras de alimentos. alguns direitos reservados aos nobres passaram a ser questionados como o fato da nobreza ser as únicas que possuíam o direito de caçar animais, proibindo a população de caçar e neste caso seria uma caça para a sobrevivência e não por diversão como a nobreza fazia. Diz o historiador francês Michel Vovelle, autor que trabalhou com o tema, que as primeira vítimas da Revolução Francesa foram os coelhos, que foram caçados para a sobrevivências e suas carcaças deixadas as portas dos castelos como forma de protesto.
No âmbito político e social, a tentativa de impor reformas fiscais que atingissem os privilegiados gerou a chamada Revolta Aristocrática, também conhecida como Revolta dos Notáveis, na qual a nobreza resistiu veementemente à perda de seus privilégios. Ao mesmo tempo, a burguesia, enriquecida mas sem poder político correspondente, passou a pretender ascender ao controle do Estado, inspirada pelas ideias dos filósofos iluministas. Tais ideias eram amplamente difundidas em novos espaços de sociabilidade, como salas de leitura, lojas maçônicas e sociedades agrárias, minando as bases ideológicas do absolutismo. A figura do monarca, Luís XVI, era amplamente percebida como inapta para gerir a crise, enquanto o Estado francês se afundava em dívidas internas e externas, exacerbadas pela contínua exploração do campesinato.
As causas conjunturais atuaram como catalisadores da crise estrutural. A onerosa participação na Guerra dos Sete Anos (1757-63) deixou um legado de indenizações e custos que pesaram sobre as finanças reais. Um acordo comercial desvantajoso com a Inglaterra, firmado em 1786, levou à falência de manufaturas francesas e ao aumento do desemprego urbano. Paradoxalmente, o apoio financeiro e militar à Revolução Americana (1776-81), embora alinhado a ideais iluministas, aprofundou o caos financeiro francês e expôs a contradição de uma monarquia absolutista apoiando uma luta por liberdade e república no exterior. O golpe final foi a Grande Fome (1787-89), decorrente de colheitas desastrosas, que elevou o preço dos alimentos a níveis insustentáveis – o custo de 1 kg de trigo, essencial para a subsistência diária, chegou a equivaler a um mês de trabalho para muitos – servindo como o estopim para a convulsão social.
O Estopim e a Assembleia Nacional Constituinte (1789 a 1792)
Diante da insolvência iminente, o governo tentou implementar reformas fiscais. A Convocação da Assembleia dos Notáveis em 22 de fevereiro de 1787 reuniu Clero e Nobres na tentativa de convencê-los a aceitar a criação de impostos sobre suas propriedades, visando a diminuição de privilégios. A recusa resultou na Revolta dos Notáveis e na demissão do ministro Calonne. Após a dissolução da Assembleia dos Notáveis em 25 de maio de 1787, o novo ministro, Necker, propôs a Convocação dos Estados Gerais, uma assembleia representativa dos três estamentos que não se reunia desde 1614, como uma tentativa de encontrar uma solução legítima para a crise.
Reunidos em Versalhes em 05 de maio de 1789, os Estados Gerais contavam com 291 deputados do 1º Estado, 270 do 2º Estado e 578 do 3º Estado. O impasse sobre o sistema de votação (por Estado ou por cabeça) levou o 3º Estado, em 17 de junho de 1789, a se autodeclarar "Assembleia Nacional", afirmando representar a vasta maioria da nação. A adesão de 48 nobres aos revoltosos fortaleceu a iniciativa. A reação de Luís XVI, ordenando o fechamento da sala de reuniões em 20 de junho, foi respondida com o Juramento da Sala do Jogo da Péla (Jeu de Paume), onde os deputados juraram não se dispersar até a elaboração de uma Constituição. Uma nova Guarda Nacional foi formada para defender a Assembleia.
Em 19 de julho de 1789, a Assembleia Nacional proclamou-se Assembleia Nacional Constituinte. A concentração de tropas reais próximas a Paris e a demissão de Necker em 11 de julho, substituído por um nobre conservador, acirraram os ânimos populares, resultando em manifestações nos dias 12 e 13. O clímax ocorreu em 14 de julho de 1789: após a invasão do Hospital dos Inválidos em busca de armas (obtendo 30 mil mosquetes), a multidão tomou a Bastilha, fortaleza que servia como prisão estatal e paiol de pólvora e munição. O responsável pela Bastilha foi morto, e sua cabeça exibida em uma lança, num ato de valor simbólico que demonstrava a fúria popular e as consequências para os considerados inimigos do povo: "quem é contra o povo, perde a cabeça".
A Assembleia Constituinte passou a funcionar, ainda que a contragosto do rei. Enquanto isso, a partir de 15 de julho de 1789, a revolta se espalhou pelo campo na chamada "Jornada Sinistra" ou "Grande Medo", marcada por pilhagem de igrejas, queima de colheitas e propriedades senhoriais. Pressionada por esses eventos, na "Noite do Grande Medo" (4 e 5 de agosto), a Assembleia aprovou a abolição dos privilégios feudais. Em 26 de agosto, foi proclamada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento basilar que consagrava princípios iluministas de liberdade, igualdade e propriedade.
A radicalização prosseguiu: em 6 de outubro, uma marcha de mulheres obrigou Luís XVI a se mudar de Versalhes para o Palácio das Tulherias em Paris, sob vigilância popular. Em 2 de novembro, ocorreu a nacionalização dos bens da igreja, cujas propriedades serviriam de lastro para os assignats, a nova moeda revolucionária. A Constituição Francesa foi votada, pondo fim às relações feudais remanescentes e estabelecendo a liberdade de comércio, o voto censitário (baseado na renda) e o direito à propriedade. Em 19 de abril de 1790, o Estado passou a administrar todos os bens da Igreja, e em 12 de julho, a Constituição Civil do Clero transformou os clérigos em funcionários públicos. Isso gerou uma divisão entre clérigos Juramentados (que aceitaram a medida, majoritariamente do Baixo Clero) e Refratários (que a rejeitaram, muitos dos quais fugiram da França).
A tentativa de fuga do Rei e de seus familiares em 20 e 21 de julho de 1791, detida em Varennes, minou a confiança na monarquia. Em setembro, foi aprovada a 1ª Constituição, instituindo a Monarquia Constitucional. A Assembleia Legislativa eleita era composta majoritariamente por representantes da alta burguesia, favoráveis a um regime monárquico limitado. Contudo, as derrotas do exército francês contra as tropas austríacas e prussianas, aliadas à suspeita de traição real, levaram à invasão popular das Tulherias e à prisão da família real. Líderes Jacobinos como Robespierre, Marat e Danton decretaram a "Pátria em Perigo", enquanto a Comuna de Paris assumia um governo provisório na capital. A prisão formal de Luís XVI ocorreu em 10 de agosto de 1792. Em setembro de 1792, apesar da invasão prussiana, as tropas revolucionárias, formadas em grande parte por sans-culottes, obtiveram uma vitória crucial na Batalha de Valmy. No mesmo mês, ocorreram os Massacres de Setembro, nos quais nobres e clérigos presos foram linchados sob acusação de traição. A Convenção Nacional, eleita por sufrágio universal masculino, marcou o fim da Monarquia Constitucional e, em 20 de setembro de 1792, proclamou a República na França.
Fase: A Convenção Nacional (1792 a 1794) - Jacobinos no Poder
A fase da Convenção Nacional foi marcada pela radicalização do processo revolucionário e pela ascensão dos Jacobinos ao poder. Dentro da Convenção, definiram-se claramente as facções políticas: os Girondinos (moderados, representantes da alta burguesia), os Jacobinos ou Montanheses (radicais, ligados à pequena burguesia e aos sans-culottes) e a Planície ou Pântano (grupo de centro, oscilante). Um dos primeiros atos de grande impacto foi o julgamento do Rei Luís XVI, acusado de desviar verbas nacionais para a contrarrevolução. Considerado culpado, o rei foi guilhotinado em 21 de janeiro de 1793, seguido pela rainha Maria Antonieta meses depois.
Esse período testemunhou mudanças em questões sociais e de costumes, como a popularização do tratamento "cidadão" e a adoção de um novo calendário revolucionário. Foi promulgada a Constituição de 1793, de forte inspiração iluminista, que previa o sufrágio universal masculino (abolindo o voto censitário), embora sua aplicação plena tenha sido suspensa pelo contexto de guerra. Para gerir a crise e defender a Revolução, foram criados órgãos centralizadores: o Comitê de Salvação Pública, responsável pelo controle do Exército e pela administração geral, e o Comitê de Segurança Nacional, focado na segurança interna e na repressão aos opositores. O Tribunal Revolucionário, estabelecido em 10 de março, julgava crimes contra a Revolução, tornando-se progressivamente mais autoritário.
Sob a liderança crescente de Robespierre, que se tornou membro do Comitê de Salvação Pública em 27 de julho de 1793, e após o assassinato do radical Marat em 13 de julho, o Tribunal Revolucionário intensificou suas ações. Iniciou-se o Período do Terror (julho de 1793 a julho de 1794), caracterizado pela Lei dos Suspeitos, que permitia a prisão e execução na guilhotina de qualquer um considerado inimigo da Revolução, muitas vezes com julgamentos sumários. A liderança de Robespierre tornou-se ditatorial, com frequente violação dos direitos constitucionais em nome da salvação pública.
Durante o Terror, implementaram-se medidas como a Lei do Máximo, que promovia o tabelamento dos preços de cereais e artigos de primeira necessidade para combater a crise econômica. Houve também uma política de Descristianização da França, com a promoção do Culto à Razão e, posteriormente, ao Ser Supremo. Outras medidas significativas foram a abolição da escravidão nas colônias francesas e a retomada de territórios perdidos em batalhas. Contudo, a radicalização levou à execução de antigos aliados, como Danton, que pregava moderação. A combinação da crise econômica persistente, o descontentamento gerado pela Descristianização e as próprias vitórias militares, que diminuíam a justificativa para o regime de exceção, levaram à perda do apoio popular ("poder do povo") aos Jacobinos.
A Reação 9 Termidor (27 de julho de 1794) marcou o fim dessa fase. Um golpe articulado por Girondinos e membros da Planície derrubou os Jacobinos. O líder Robespierre foi preso e morto na guilhotina no dia seguinte, tornando-se a última vítima notória do próprio Terror que ele comandara. Os Girondinos voltaram ao poder, iniciando uma nova etapa da Revolução.
Fase - Diretório (1794 a 1799) - Girondinos no Poder
A fase do Diretório representou um refluxo conservador, marcando o fim da participação popular mais ativa na Revolução e a consolidação do poder nas mãos da alta burguesia. Caracterizou-se pelo aumento do prestígio do Exército, que acumulava vitórias contra as coligações estrangeiras. Em 1795, a Convenção promulgou uma nova Constituição que estabeleceu o Diretório. O Poder Executivo era confiado a 5 Diretores eleitos para mandatos de 5 anos, enquanto o Legislativo era bicameral, composto pelo Conselho dos Anciãos e pelo Conselho dos 500. Significativamente, retornou o voto censitário, restringindo novamente a participação política aos mais ricos.
O período foi marcado por uma grave crise financeira e grande instabilidade política. O Diretório enfrentou constantes ameaças, incluindo tentativas de golpe tanto dos Realistas (nobres que desejavam restaurar a monarquia) quanto dos Jacobinos remanescentes. Inúmeras conquistas sociais que haviam beneficiado o Terceiro Estado durante o período jacobino foram anuladas, refletindo a natureza conservadora do novo regime.
Em 1796, ocorreu a Conjuração ou Conspiração dos Iguais, liderada por Graco Babeuf e Philippe Buonarroti. Este movimento, considerado precursor de ideias socialistas, propunha a abolição da propriedade privada e a instauração de uma sociedade comunal. Contudo, a conspiração foi denunciada antes de ser deflagrada, e seus líderes foram julgados e condenados à morte na guilhotina. Apesar do fracasso, suas ideias serviram de base para futuras lutas da classe trabalhadora.
A instabilidade interna e as ameaças externas continuaram. Em 1799, formou-se a 2ª Coligação de potências europeias contra a França Revolucionária. Nesse cenário de crise política e social, e com a necessidade de ordem e estabilidade para preservar as conquistas burguesas, a figura do general Napoleão Bonaparte, aureolado por suas vitórias militares, ganhou proeminência. Em 18 de Brumário de 1799 (9 de novembro no calendário gregoriano), Napoleão, com apoio da burguesia e do exército, desfechou um golpe de Estado que colocou fim à fase do Diretório. Este evento encerrou a primeira grande etapa da Revolução Francesa, inaugurando o período do Consulado e, posteriormente, o Império Napoleônico.
Mapa Mental da Revolução Francesa
01) Fatores:
Causas Estruturais:
- Crise Econômica (altos impostos + custos da Monarquia);
- Privilégios Feudais (isenções fiscais - clero e nobre);
- Crise do campesinato:
- camponeses queriam libertar-se das obrigações feudais que deviam aos senhores;
- Alteração climática e péssimas colheitas provocam a alta dos preços;
- Trigo e Vinho - Pastagem: Leite;
- Revolta Aristocrática:
- Motivada pela retirada dos privilégios;
- Reação Feudal ou Revolta dos Notáveis;
- A burguesia passou a pretender o poder político;
- As ideias dos filósofos são difundidas pelas sociedades culturais formadas na época: salas de leitura, lojas maçônicas, sociedade agrária;
- Luis XVI - considerado um rei inapto;
- Divida interna e externa;
- Exploração do campesinato:
- Caça aos coelhos - camponês passa a caçar;
Causas Conjunturais:
- Guerra dos 7 anos (1757-63);
- Acordo comercial com a Inglaterra provocando a falência das manufaturas e desemprego (urbano);
- Indenizações;
- Custos do Conflito;
- Revolução Americano (1776-81);
- Caos financeiro;
- Revolução com ideais iluministas- contradição;
- Grande Fome (1787-89) - Estopim:
- 1 kg de trigo por dia por pessoa;
- 1 kg de trigo = 1 mês de trabalho;
02) Estopim e a Assembleia Nacional Constituinte (1789 a 1792)
- Convocação da Assembleia dos Notáveis - 22/02/1787:
- Clero e Nobres convocados;
- Propõem a criação e imposto (diminuição de privilégios);
- Revolta dos Notáveis;
- Demissão de Calonne;
- 25/05/1787 - Dissolução da Assembleia dos Notáveis;
- Nomeação de Necker - Propõem a Convocação dos Estados Gerais;
- Convocação do Estados Gerais - Versalhes 05/05/1789;
- Tentativa de encontrar um solução legítima para a crise;
- 1ª Estado - 291 deputados;
- 2º Estado - 270 deputados;
- 3º Estado - 578 deputados;
- 17 de junho 1789 - 3º Estado declara "Assembleia Nacional";
- 48 nobres aderem aos revoltosos da Assembleia Nacional;
- Luís XVI - Ordena o fechamento da Assembleia Nacional (20/06)
- Reação - 3ª Estado - Juramento da Jeu de Paume;
- Formação da uma nova Guarda Nacional;
- 19/07/1789 - Formação de uma Assembleia Nacional Constituinte;
- Rei reorganiza as suas tropas próximas a Paris;
- 11/07 - demissão de Necker substituído por um nobre:
- 12 e 13/07 - manifestações contrárias;
- 14 de julho de 1789:
- Invasão do Hospital dos Inválidos - 30 mil mosquetes;
- Tomada da Bastilha (prisão/paiol) - tomam a pólvora e a munição;
- Responsável da Bastilha - morto e sua cabeça colocado em uma lança;
- Valor Simbólico - quem é contra o povo, perde a cabeça;
- Assembleia Constituinte funciona a contra gosto do rei;
- 15 de julho de 1789 - Jornada Sinistra - Revolta no Campo - pilhagem de igrejas, queima de colheitas, casas, etc;
- 04 e 5 de agosto - Noite do Grande Medo:
- Aprovação do fim dos privilégios Feudais;
- Ataques da população contra Nobre;
- 26 de Agosto - Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão;
- 06 de outubro - Mulheres obriga Luís XVI a viver em Paris - Palácio das Tulheiras;
- 2 de novembro - nacionalização dos bens da igreja para garantir os assignat (moeda revolucionária);
- É votada a Constituição Francesa que põem fim as relações feudais existentes.
- São estabelecidos: a liberdade de comércio, o voto censitário e o direito a propriedade;
- 19 de abril de 1790 - Estado passa a administrar todos os bens da Igreja;
- 12 de julho - Constituição Civil do Clero - clero é um funcionário público;
- 2 grupos de clérigos:
- Juramentados - Baixo Claro - Respeitam o Governo;
- Refratários - Não respeitam as decisões - fuga da França;
- 20 e 21 de julho de 1791 - Rei e familiares são detidos em fuga;
- Setembro - Aprovação da Constituição - 1ª Constituição;
- É eleita a Assembleia Legislativa, composta de uma maioria de representantes da alta burguesia favorável a manutenção de uma monarquia constitucional;
- Exército francês é derrotado em batalhas pelas tropas austríacas;
- O povo invade as Tulheiras e aprisiona a família real;
- Jacobinos: decretam - Pátria em Perigo;
- Lideres: Robespierre, Marat e Danton;
- Comuna de Paris - Governo Provisório (mas nem tanto) de Paris na luta contra os invasores;
- 10 de agosto de 1792 - Prisão de Luis XVI;
- setembro de 1792 - Exercito Prussiano invade a França e é derrotado pelas tropas constituídas na maioria pelos sans-culotes - batalha de Valmy;
- Massacre de Setembro: parte da nobreza é assassinada na prisão sob acusação de Traição à pátria;
- Linchamentos;
- A Convenção Nacional é eleita por sufrágio universal.
- Fim da Monarquia Constitucional;
- 20 de Setembro de 1792 - É proclamada a Republica na França;03)
03) Convenção Nacional (1792 a 1794) - Jacobinos no poder
- Na Convenção, definam-se facções politicas girondinos, jacobinos e Pântano;
- Ocorre o julgamento do Rei Luis XVI, acusado de desviar verbas nacionais para a contrarrevolução;
- O rei e a rainha são guilhotinados;
- execução do rei 21 de janeiro;
- Mudanças em questões Sociais e costumes - Uso da palavra cidadão, mudança no nome dos meses;
- É promulgado a Constituição de 1793, de inspiração iluminista e abolido o voto censitário;
- Sufrágio Universal Masculino;
- Comitê de Salvação Pública - Controla o Exército;
- Comitê de Segurança Nacional - Segurança Interna;
- Tribunal Revolucionário (10 de março) - Crises contra a Revolução - cada vez mais autoritária;
- Comandado por Robespierre - morte a todos os críticos;
- 13 de julho 1793 - assassinato de Marat - Critico ao Governo;
- Robespierre radicaliza o Tribunal Revolucionário;
- 27 de julho - torna-se membro do Comitê de Salvação Pública;
- Período do Terror, que por meio das leias dos suspeitos condena a guilhotina os denominados inimigos da Revolução Julho de 1793 a julho de 1794;
- Liderança de Robespierre:
- Violação dos Direitos Constitucionais;
- Crise Econômico - Lei do Máximo: tabelamento dos preços de cereais e artigos de primeira necessidade;
- Descristianização da França - Culto a Razão;
- Abolição da Escravidão nas colônias;
- Retomada de territórios perdidos;
- Execução de Danton;
- Crise Econômica + Descristianização + Vitórias = perca do poder do "povo"
- Ocorre a reação 9 termidor (27 de julho) – os girondinos voltam ao poder e perseguem aos jacobinos;
- O Líder Jacobino Robespierre é preso e morto - última morte do período do Terror;
04) Diretório (1794 a 1799) - Girondinos no poder
- Fase Conservadora - fim da participação popular na Revolução;
- Aumento do Prestígio do Exército - Vitórias;
- Em 1795 a convenção promulga uma nova Constituição que criava o Diretório, assembleia controlada pelos girondinos:
- Executivo - 5 Diretores eleitos por mandato de 5 anos.
- Legislativo - Conselho dos Anciãos e Conselho dos 500;
- Retorno o voto censitário.
- Enfrentaram grave crise Financeira;
- Tentativa de Golpe dos Realista (nobres) e dos Jacobinos:
- Foram anulados inúmeras conquistas sociais que beneficiavam o Terceiro Estado.
- 1796 - Conjuração ou Conspiração dos Iguais:
- Babeuf e Buonarroti - Ideia socialistas - propunha a abolição da propriedade;
- Foram denunciados antes de acontecer a Conspiração;
- São Julgados e Condenados a Morte (Guilhotina);
- Ideias serviu de base para a luta da classe trabalhadora;
- 1799 - 2ª Coligação contra a França Revolucionária;
- Em 18 de Brumário de 1799, o general Napoleão Bonaparte colocou fim à fase do Diretório e a primeira grande etapa da Revolução Francesa;
Pequeno Dicionário:
Assignat: Moeda criada durante a Revolução Francesa, que tinha como garantia (lastro) os bens confiscados da Igreja.
Brumário: Nome de um mês no calendário revolucionário francês (correspondia aproximadamente a outubro/novembro). O "Golpe de 18 de Brumário" refere-se ao golpe de Estado liderado por Napoleão.
Censitário: Refere-se a um sistema (geralmente de votação) baseado no censo, ou seja, na riqueza ou propriedade. No voto censitário, apenas cidadãos com determinada renda ou bens podiam votar ou ser eleitos.
Clérigos: Membros da Igreja Católica (padres, bispos, monges, etc.).
Conjuntural: Algo que se refere a uma situação específica, passageira, de um determinado momento (conjuntura). É o oposto de estrutural.
Estrutural: Algo que faz parte da estrutura fundamental, da base de organização de uma sociedade ou sistema. São causas profundas e de longa duração.
Estopim: O evento ou fator que serve como gatilho, que desencadeia uma reação ou um acontecimento maior (como a faísca que acende a pólvora).
Girondinos: Grupo político mais moderado durante a Revolução Francesa, geralmente representando os interesses da alta burguesia (grandes comerciantes, industriais).
Guilhotinados: Pessoas executadas na guilhotina, um aparelho com uma lâmina pesada usado para decapitação, que se tornou símbolo do Período do Terror.
Jacobinos: Grupo político mais radical durante a Revolução Francesa, ligado à pequena burguesia, aos profissionais liberais e às camadas populares urbanas (sans-culottes). Defendiam mudanças mais profundas. Também chamados de Montanheses por se sentarem na parte mais alta da Convenção.
Juramentados: Clérigos que aceitaram e juraram obedecer à Constituição Civil do Clero, imposta pelo governo revolucionário.
Mosquetes: Tipo antigo de arma de fogo longa, carregada pela boca, usada pela infantaria antes da invenção dos fuzis modernos.
Paiol: Local destinado ao armazenamento de pólvora, munições e outros materiais explosivos.
Promulgar: Tornar uma lei oficial e pública, fazendo com que ela entre em vigor.
Refratários: Clérigos que se recusaram a jurar a Constituição Civil do Clero. Foram perseguidos durante a Revolução.
Sans-culottes: ("Sem culotes") Nome dado aos trabalhadores urbanos, artesãos e pequenos comerciantes de Paris durante a Revolução. Eram chamados assim porque usavam calças compridas, e não os "culotes" (calções justos até os joelhos) usados pela nobreza e burguesia. Eram uma força política importante, geralmente apoiando os jacobinos.
Sufrágio: O direito de votar em eleições. Sufrágio universal masculino significava que todos os homens adultos podiam votar, independentemente de sua renda (ao contrário do sufrágio censitário).
Termidor: Nome de um mês no calendário revolucionário francês (correspondia aproximadamente a julho/agosto). A "Reação Termidoriana" foi o golpe que derrubou Robespierre e pôs fim ao Terror.
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