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Baixa Idade Média - Renascimento Urbano e Comercial

 
Iluminura representando um académico medieval efetuando medições sobre um manuscrito

O Renascimento Urbano

A origem do renascimento urbano é uma questão controvertida. Mas de modo geral, pode-se afirmar que as cidades medievais surgiram com o renascimento comercial:

  • Os primeiros comerciantes originaram-se dos marginais da sociedade feudal, que buscavam novas formas de subsistência;
  • As primeiras cidades sugiram junto aos castelos e em locais topográficos favoráveis. O crescimento das cidades estimulava o crescimento do comércio e vice-versa;
  • Mas outros pesquisadores não aceitam inteiramente esta teoria, mostrando como antes do século XI, já existiam cidades ativas, que nunca deixaram de ser grandes centros administrativos e econômicos;
  • As cidades existentes até o século XI estavam ligadas a uma economia agrária e se diferenciam dos centros ligados ao renascimentos comercial após o século XI;

Os mercadores procuravam proteger-se em castelos fortificados existentes no meio das rotas comerciais;

  • Os locais proferidos eram os cruzamentos de estradas, desembocaduras de rios e outros locais protegidos;
  • Surgiam zonas fortificadas para assegurar a defesa local, os burgos;
  • Ao seu redor surgia o faubourgo (falso burgo)
  • Os dados sobre a população das cidades medievais são muito inseguros. As maiores cidades não ultrapassavam 100.000 habitantes. Entre elas estavam Paris, Milão, Veneza, Florença e Nápoles;
  • Outras cidades famosas tinham menos de 50.000 habitantes: Londres, Gand, Lübeck, Praga, Ruão, Barcelona, Roma;
  • O crescimento das cidades era desordenada: não havia planejamento, saneamento e as condições de higiene eram precárias; O predomínio da madeira nas construções favorecia os incêndios;

A Burguesia, nova classe social da época, era o traço marcante das cidades medievais:

  • Em algumas regiões, na Itália principalmente, os nobres se integraram na vida das cidades chegando a participar das atividades comerciais;
  • No Restante da Europa, os nobres refugiaram-se em castelos e palácios, no campo;
  • A burguesia se dividia em alta burguesia e baixa ou pequena burguesia: a primeira era constituída pelos grandes mercadores e a segunda pelos pequenos artesãos;
  • Os membros da alta burguesia monopolizavam os cargos municipais em função dos seus interesses;
  • Em algumas regiões, o povo miúdo ou baixa burguesia reagiu através da força contra os abusos da alta burguesia, conseguindo igualdade de direitos no exercícios dos cargos públicos;

Foram diversos os tipos de cidade surgidas na Idade Média, dependendo do caráter das relações entre a burguesia e a nobreza:

  • Quando a burguesia conseguia plenos direitos sobre uma cidade, constituía-se uma cidade franca;
  • Quando os direitos eram conseguidos através da força, surgiram as comunas (norte da França) ou as Municipalidades (sul da França);
  • Quando era a nobreza que tomava a iniciativa de fundar uma cidade, formavam-se cidades novas, burgos novos, bastides, ou cidades reais;

O governo das cidades era monopolizado pelos magistrados, saídos da alta burguesia ou do povo miúdo, dependendo das cidades:

  • Os magistrados chamavam-se escabinos (sul da França), cônsules ( norte da França), aldernen (Inglaterra), ratsherren (Alemanha) e podestá (Itália)
  • As cidades eram independentes e os cidadãos só eram cidadãos em suas cidades. Na Itália, as cidades eram verdadeiras repúblicas independentes;

O Crescimento das cidades acarretou o desenvolvimento das finanças públicas:

  • Os maiores gastos iam na construção de muralhas e edifícios públicos e na defesa;
  • Os impostos eram diretos e indiretos, com o tempo os indiretos passaram a predominar;
  • No final do séc. XIII, organizou-se a Dívida Pública, com recursos do crédito particular e depois bancário;

A produção urbana era organizada pelas corporações, que tinham por objetivo realizar o equilíbrio entre a oferta e a procura;

  • Para isso, as corporações intervinham na produção, regulando a qualidade, os preços, os salários e até a cunhagem da moeda;
  • A origem das corporações é bastante confusa, mas pode-se afirmar que elas surgiram a semelhança das associações de caridade que se tinha formado junto aos mosteiros;
  • Uma das principais regulamentações das corporações se relacionava ao controle do mercado, evitando a concorrência de estrangeiros, proibidos de participar do comércio a varejo, mas admitidos no comercio de produtos internacionais;
  • Havia rigoroso controle da qualidade dos produtos, através da fiscalização, por autoridades municipais e corporativas;
  • Os preços eram regulados, principalmente dos produtos de primeira necessidade: pão, vinho, cerveja, pescado, cereais;
  • Os salários (pedreiros, torneiros, alfaiates) eram fixados por jornadas de trabalho ou por peças produzidas;
  • A cunhagem de moedas era fiscalizada e passou a ser um privilégio das autoridades municipais, procurava-se com isso evitar a desorganização no comércio e na produção;

A produção urbana era realizada numa unidade típica: a oficina:

  • O dono da oficina, das ferramentas e da matéria-prima era o mestre artesão;
  • O mestre era auxiliado por oficiais, companheiros, profissionais que dominavam a técnica de produção, mas eram assalariados;
  • Os aprendizes, em geram parente do mestre, passavam por um estágio de aprendizado que durava em média sete anos;
  • A ascensão da hierarquia no sistema de produção medieval era muito lenta;
  • O comerciante manufatureiro distribuía a matéria-prima e as ferramentas aos produtores diretos, vendendo depois o produto no mercado internacional;
  • Os jornaleiros surgiram com a expansão do mercado. Eram trabalhadores assalariados que vendiam sua força de trabalho por uma jornada.

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