//INICIO SCRIPT PARA RETIRAR DATA DA URL DOS POSTS //FIM SCRIPT PARA RETIRAR DATA DA URL DOS POSTS Governo de Vargas - Velha Democracia

Posts mais Vistos

6/recent/ticker-posts

Governo de Vargas - Velha Democracia

 

Getúlio desfilando em carro aberto pelas ruas de Vitória, Espírito Santo em 1951.
Fotografia sob guarda do Arquivo Nacional.

    Durante o segundo governo de Getúlio Vargas, que começou em 1951 e que deveria terminar em 1956, o Brasil experimentou uma série de políticas e eventos marcados por um forte nacionalismo econômico, crescimento das tensões políticas e sociais, e um desfecho que culminou no suicídio de Vargas em 1954.

Nacionalismo Econômico

Vargas implementou políticas que visavam fortalecer a autonomia econômica do Brasil, concentrando-se em setores estratégicos:

  • Criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) em 1952: Este banco foi criado para financiar projetos de infraestrutura e apoiar o desenvolvimento industrial do país.
  • Mobilização "O Petróleo é Nosso": Em 1953, Vargas liderou um movimento popular que resultou na criação da Petrobras, empresa estatal que detém a maioria das ações nas mãos do governo. A Petrobras foi encarregada de manter o monopólio sobre a perfuração de petróleo e a operação de refinarias, consolidando o controle estatal sobre o setor energético.
  • Criação da Eletrobrás: Outra iniciativa foi a criação da Eletrobrás, uma empresa estatal destinada a regular e ampliar o setor energético brasileiro, crucial para o desenvolvimento industrial.
  • Combate à Remessa Exorbitante de Lucros: O governo de Vargas também se opôs vigorosamente à remessa de lucros das empresas estrangeiras, buscando proteger a economia nacional.

Trabalhismo

    Getúlio Vargas foi frequentemente acusado de tentar implantar uma República Sindicalista, semelhante ao Peronismo Argentino. Suas políticas buscavam a aproximação com as massas trabalhadoras, o que foi evidenciado pela Fixação do Salário Mínimo. Vargas estabeleceu um salário mínimo que visava melhorar as condições de vida dos trabalhadores e consolidar seu apoio entre as classes populares. O ministro do Trabalho era João Goulart, que definiu o salário mínimo porém logo depois pretendeu dobrar o salário mínimo, medida que levou a renuncia do Ministro. Vargas buscava com isso manter a massa de trabalhadores ao seu lado alcançando com isso ampliar sua base de apoio político.

Oposição e Crise Política

    A popularidade de Vargas, no entanto, foi desgastada por uma série de crises e acusações com a Corrupção e Escândalos: O governo enfrentou acusações de corrupção, especialmente relacionadas a pessoas próximas a Vargas e ao Banco do Brasil, que foi acusado de facilitar financiamentos indevidos.

    Carlos Lacerda e Atentado da Rua Tonelero: Um dos mais críticos de Vargas, Carlos Lacerda, diretor do jornal "Tribuna da Imprensa", sofreu um atentado na Rua Tonelero, no Rio de Janeiro. Durante o ataque, o major da Aeronáutica Rubens Vaz foi assassinado. A investigação apontou para a participação de membros da guarda pessoal de Vargas, incluindo Gregório Fortunato, o que agravou a crise política. Carlos Lacerda através do seu jornal passou a atacar cada vez mais Getúlio Vargas conseguindo aumentar o número de críticos ao governo.

     Outro evento importante é o Manifesto dos Coronéis. O Exército, por meio do Manifesto dos Coronéis, exigiu a demissão de João Goulart (Jango), então ministro do Trabalho, devido à crescente influência do trabalhismo e ao que consideravam uma ameaça comunista.

Pressão dos Estados Unidos: O governo de Vargas também sofreu forte pressão dos Estados Unidos, que viam suas políticas nacionalistas como uma ameaça aos interesses norte-americanos no Brasil. Getúlio Vargas quando criou a Petrobras nacionalizou empresas estadunidenses e adotou uma política internacional independente, fato que desagradou os EUA que passou a ver o governo nacionalista de Vargas como um empecilho para suas pretensões no Brasil

    A alta inflação deteriorou ainda mais a situação, levando ao descontentamento popular e à erosão do apoio a Vargas e  em 23 de agosto de 1954, a crise atingiu seu ápice quando o vice-presidente Café Filho rompeu com Vargas, e o Exército exigiu sua renúncia, criando um clima de golpe iminente.

Pijama e revólver usados no suicídio
Acervo do Museu da República.

O Suicídio de Getúlio Vargas

    No dia 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas foi encontrado morto em seu quarto no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, com um tiro no peito. Ao lado de seu corpo, foi encontrada uma carta, conhecida como a "Carta-Testamento", onde ele explicava os motivos que o levaram ao suicídio. Nessa carta, Vargas denunciava as pressões e traições que enfrentou, expressando sua frustração e deixando uma mensagem de resistência ao povo brasileiro.

    O suicídio de Vargas teve um profundo impacto no Brasil, gerando uma onda de comoção popular e influenciando de forma decisiva o cenário político do país nos anos subsequentes.

Traslado do corpo de Getúlio Vargas do Rio de Janeiro para São Borja (RS).




Postar um comentário

0 Comentários