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Revoltas Regenciais

 

Alcântara, no Maranhão, em litogravura (20 x 32,8 cm) de Friedrich Hohe, 1840-1857. Domínio público, Biblioteca Nacional Digital

01) Contexto:

a. Fatores:

As rebeliões regenciais no Brasil foram resultado de um conjunto de fatores que culminaram em um período de instabilidade política e social. Diversos elementos contribuíram para o surgimento desses movimentos, os quais desafiaram a ordem estabelecida e refletiram as contradições presentes na sociedade brasileira do século XIX.

Primeiramente, a instabilidade política foi alimentada pelos conflitos dentro da própria elite dominante. Após a independência, os privilégios das elites se consolidaram, mas isso não impediu que diferentes grupos buscassem alcançar mais poder e influência, gerando disputas internas e divergências em relação aos rumos do país.

Em segundo lugar, a crise econômico-financeira agravou ainda mais as tensões existentes. As dificuldades econômicas contribuíram para acentuar as desigualdades sociais e as insatisfações populares, levando ao aumento das cobranças por mudanças e melhorias nas condições de vida da população.

A terceira causa fundamental das rebeliões foi a promessa não cumprida pelo Imperador D. Pedro I de realizar reformas. Ao mobilizar o povo em seu favor, o monarca prometeu mudanças significativas para atender às demandas populares. Entretanto, ao abdicar do trono, essas promessas ficaram sem cumprimento, deixando uma população desiludida e descontente.

Esses fatores combinados alimentaram um cenário propício para o surgimento de rebeliões em diferentes regiões do Brasil. As revoltas mais notáveis durante o Período Regencial foram a Cabanagem, a Sabinada e a Balaiada e Farroupilha. Cada uma dessas revoltas representava lutas e reivindicações específicas de suas regiões, demonstrando a diversidade de interesses e insatisfações em todo o país.

Essas rebeliões regenciais refletiram a insatisfação popular e a busca por mudanças sociais e políticas. As classes menos privilegiadas buscavam uma maior participação no processo decisório e uma distribuição mais justa dos recursos e oportunidades. Contudo, o período de instabilidade também gerou confrontos entre grupos rivais, dificultando a busca por soluções pacíficas para as disputas internas.

b. Cabanagem: (PA – 1835-1836)

Cabanas Grão Pará. Desenho de E. Riou a partir de croqui de M. Biard, 1862. Domínio público, Biblioteca Nacional Digital

A Cabanagem foi um importante desdobramento das revoltas nativistas que se seguiram à independência do Brasil. Ocorrida na província do Pará entre os anos de 1835 e 1836, essa revolta marcou-se pela participação majoritária da população em condições de extrema miséria, cujas habitações precárias lhes renderam a alcunha de "cabanos".

Os líderes desse movimento eram figuras importantes, incluindo o cônego Batista Campos, Ferreira Lavor, os Irmãos Vinagre - Francisco e Antônio - e outros como Clemente Malcher e Eduardo Angelim, que se destacaram por liderar e organizar as ações da revolta.

A origem da revolta estava relacionada à política repressiva do presidente da província, que exacerbou as tensões e descontentamentos entre a população carente. A situação atingiu um ponto crítico quando alguns líderes da Cabanagem traíram o movimento, resultando em sua destituição. Somados a isso, temas uma questão que remete a Independência do Brasil, os cabanos ajudaram na guerra pela independência do Norte do Brasil, contudo não foram contemplados positivamente com as políticas de D. Pedro I.

Durante um breve período, os Cabanos estiveram no poder, porém, sua presença foi duramente reprimida. ficando quase esquecida na história. A elite local e nacional buscou apagar da história esse legado de uma revolta popular, houve uma tentativa de de desvalorizar esses 2 eventos da história brasileira, tanto a participação dos Cabanos nas guerras de Independência como a Própria Revolta da Cabanagem. A elite que passou a escrever e construir a história do Brasil, em especial no 2º reinado, de forma deliberada, buscou apagar esse protagonismo popular, apresentando a história do Brasil como um história dos vencedores e de uma elite branca.

segundo o historiador Caio Prado Júnior, "foi o mais notável movimento popular do Brasil, (...) o único em que as camadas mais inferiores da população conseguem ocupar o poder de toda uma província com certa estabilidade.

c. Sabinada (BA – 1837-1838):

Litogravura de Thomas Abiel Prior. In: Narrative of Surveying Voyages of His Majesty's Ships Adventures and Beagle, 1839. Domínio público

A Sabinada foi um movimento que tomou forma na província da Bahia entre os anos de 1837 e 1838. Precedido por um intenso clima de agitação na região, especialmente pela Revolta dos Malês, esse movimento se ergueu contra o centralismo político e defendeu a ideia de um separatismo provisório, até que D. Pedro II, ainda menor de idade, assumisse o trono.

O líder da Sabinada foi Sabino Álvares da Rocha Vieira (origem do nome do evento), um médico cuja liderança e carisma atraíram o apoio da população insatisfeita com a administração centralizada e em busca de maior autonomia regional.

A repressão desencadeada pelas autoridades diante da Sabinada resultou em uma guerra civil, marcada por conflitos armados e combates. O movimento, mesmo sendo fundamentado em reivindicações legítimas e anseios populares por uma maior participação nas decisões políticas e por uma administração mais próxima dos problemas locais, enfrentou a dura repressão e da resistência violenta das autoridades.

Esse movimento é um reflexo das tensões políticas e sociais que permeavam o país no século XIX, e também reflete as aspirações e os desafios da população em busca de um sistema de governo que considerasse suas necessidades e perspectivas.

d. Balaiada (MA – 1838-1841):

Fabricação de  balaios. Gravura de J. Laurens, 1859-1861. Domínio público, Biblioteca Nacional Digital

A Revolta da Balaiada, que ocorreu na província do Maranhão entre os anos de 1838 e 1841, foi um movimento multifacetado, caracterizado por várias tendências sem um programa político claramente definido. Essa revolta foi uma resposta à instabilidade social e à pobreza que atingia as camadas populares, cujas condições precárias de vida motivaram diversas manifestações de banditismo realizadas por artesãos urbanos, vaqueiros e negros quilombolas no interior da província.

A Balaiada refletiu a insatisfação entre os setores menos privilegiados da sociedade maranhense, que se uniram em busca de melhores condições de vida e da luta contra o centralismo do governo.

Entre os líderes da revolta estavam figuras como Francisco dos Anjos, um artesão conhecido como "Balaio", Raimundo Gomes, um vaqueiro apelidado de "cara preta", e Nêgo Cosme, um ex-escravo. Esses líderes representavam as diversas camadas sociais envolvidas no movimento, mostrando sua abrangência e diversidade.

Apesar de conquistas alcançadas ao longo da revolta, a Balaiada não conseguiu se consolidar como um movimento político efetivo. A falta de um projeto político bem estruturado e a desarticulação entre os revoltosos facilitaram a repressão por parte das autoridades, o que enfraqueceu o movimento.

A Revolta da Balaiada é um importante episódio na história do Maranhão e do Brasil, pois destaca as tensões sociais e políticas que permeavam o país no século XIX. Ela reflete as contradições e desigualdades sociais que impulsionaram movimentos de resistência protagonizados por camadas populares marginalizadas e desfavorecidas.

e. Farroupilhas (RS, SC, 1835-1845)

Cena de Batalha no Sul do Brasil. Óleo sobre tela (56 x 74 cm) de Oscar Pereira da Silva. Domínio público

A Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos, destacou-se como o movimento de maior duração na história do Brasil, estendendo-se por uma década, de 1835 a 1845. Esse conflito chegou a ameaçar a unidade territorial do país, com a região sul manifestando sua independência o separatismo.

Um dos principais desencadeadores dessa revolta foi a concorrência pelo mercado de charque e produtos similares, que gerou tensões entre as províncias do sul e o restante do Brasil. A situação se agravou com o aumento dos impostos brasileiros sobre os produtos dessa região, prejudicando os interesses locais, pois o charque importado passou a ser mais barato que o nacional, aumentando a concorrência e reduzindo o preço do produto nacional.

Além das questões econômicas, a elite regional foi influenciada por ideias republicanas e federalistas, opostas ao centralismo imperial. Esse cenário culminou com a ação dos exaltados, que rebelaram-se contra o governo local e central, proclamando a República de Piratini sob o comando de Bento Gonçalves. Simultaneamente, em Santa Catarina, Davi Canabarro proclamou a República Juliana em Laguna, dando continuidade ao movimento separatista.

Diante da intensificação do conflito, no início do Segundo Reinado, D. Pedro II nomeou Caxias para reprimir o movimento rebelde. Caxias, conhecido como o Duque de Caxias, destacou-se por sua habilidade militar e liderança, conduzindo o exército imperial em uma série de vitórias contra os farrapos.

Após várias vitórias de Caxias, a revolta chegou ao seu fim em condições bastante honrosas para os farrapos, com um acordo de paz que contemplou suas principais reivindicações.

Mapa Conceitual - Revoltas Regenciais

01) Contexto:

a. Fatores:

  • Instabilidade política provocada pelos choques dentro da própria elite dominante;
  • Crise econômico-financeira aumentando as contradições existentes;
  • Após a independência, consolidaram-se os privilégios das elites;
  • No confronto entre a elite e D. Pedro I, o povo foi mobilizado, o qual prometeu reformas;
  • O Imperador abdicou e as reformas não foram cumpridas;

b. Cabanagem: (PA – 1835-1836)

  • Desdobramento das revoltas nativistas após a independência;
  • Maioria da população vivia em condições de miséria;
  • Moravam em habitações precárias, daí a expressão cabanos;
  • Líderes: Batista Campos (cônego); Ferreira Lavor; Irmãos Vinagre (Francisco e Antônio); Clemente Malcher; Eduardo Angelim;
  • Inicio da revolta esta relacionada a política repressiva do presidente da província;
  • Alguns líderes traíram o movimento e foram destituídos;
  • Os Cabanos permaneceram no poder por um curto período, sendo duramente reprimidos;
  • viii. Representou um dos mais notáveis movimentos populares da História do Brasil;

c. Sabinada (BA – 1837-1938):

  • Antecedido por um intenso clima de agitação na província (revolta dos Malês);
  • Contra o Centralismo e favorável ao separatismo provisório (até a maioridade de D. Pedro II);
  • Líder: Sabino Álvares da Rocha Vieira (Médico);
  • A Repressão: gerou uma guerra Civil Sangrenta;

d. Balaiada (MA – 1838-1841):

  • Movimento com várias tendências, sem um programa político claramente definido;
  • A instabilidade social está relacionada a miséria, que atingia as camadas populares;
  • Artesãos urbanos, vaqueiros e negros quilombolas realizaram manifestações de banditismo pelo interior da província;
  • Parte da elite era favorável as agitações populares por serem contra o centralismo do governo;
  • O movimento apresentou conquista, porém não se consolidou;
  • Líderes: Francisco dos Anjos (artesão conhecido como “Balaio”); Raimundo Gomes (vaqueiro chamado de “cara preta”); Nêgo Cosme (ex-escravo);
  • Falta de um projeto e desarticulação entre os revolto dos facilitaram e repressão;

e. Farroupilhas (RS, SC, 1835-1845)

  • Revolução de maior duração;
  • Chegou a ameaçar a unidade territorial (separatismo);
  • Concorrência pelo mercado de charque e similares;
  • Situação piorou com o aumento dos impostos brasileiros sobre os produtos brasileiro;
  • Elite era influenciada pelas ideias: republicanas e federalistas, oposto ao centralismo imperial;
  • Os exaltados, rebelaram-se contra o governo Local e Central, proclamando a República de Piratini, sob o comando de Bento Gonçalves;
  • Em Santa Catarina, Davi Canabarro proclamou em Laguna a República Juliana;
  • No início do 2º Reinado, D. Pedro II, nomeou Caxias para reprimir o movimento;
  • Após várias vitórias de Caxias, a revolta de encerrou em condições bastante honrosas para os farrapos;

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