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Revolta de Canudos

 

Desenho de Angelo Agostini, Antônio Conselheiro rechaça a República, in:Revista Ilustrada c. 1897

Motivações Gerais:

O período logo após a Proclamação da República no Brasil foi marcado por instabilidades políticas e conflitos, o que gerou uma série de motivações gerais para crises que impactaram profundamente a sociedade da época. A transição do Império para a República trouxe desafios complexos que se refletiram na política, economia e no tecido social do país.

A crise política era evidente com o fim da monarquia e a implantação do novo regime republicano, que ainda estava em seus estágios iniciais de consolidação. A ditadura militar, conhecida como "República da Espada", caracterizada pelos governos dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, gerou tensões e descontentamentos com a condução autoritária do país, afetando a liberdade política e a participação democrática.

No âmbito econômico, o aumento dos impostos agravou a situação já complicada pela crise política, afetando principalmente as camadas mais desfavorecidas da população. A falta de investimentos em políticas públicas e o descaso com questões sociais acentuaram os problemas econômicos e acentuaram as desigualdades sociais.

A abolição da escravatura, ocorrida em 1888, foi uma medida importante e necessária para a emancipação dos escravos, mas não foi acompanhada de políticas adequadas para a integração dessas pessoas na sociedade. A falta de assistência e oportunidades de trabalho para os ex-escravos levou a uma crise social, com muitos deles sendo abandonados à própria sorte e relegados à pobreza e marginalização.

As secas cíclicas, comuns na região nordeste do país, exacerbaram ainda mais a crise social e econômica, afetando a agricultura e a vida das populações rurais. A falta de infraestrutura e políticas de combate à seca resultaram em dificuldades crescentes para as comunidades que dependiam da terra e da agricultura para sobreviver.



Antônio Vicente Mendes Maciel  Conhecido com Antônio Conselheiro

Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio Conselheiro, nasceu no ano de 1830, na região do Ceará. Inicialmente, atuou como comerciante e rábula, ou seja, exercia funções de advogado sem possuir formação jurídica.

Por volta da década de 1860, Antônio Conselheiro transformou-se em um peregrino, percorrendo diversos lugares em uma jornada de cunho religioso. Durante suas andanças, ele desempenhou um papel relevante na reconstrução de igrejas e cemitérios em algumas localidades.

Além disso, é importante destacar que Antônio Conselheiro possuía uma visão peculiar sobre a salvação, sustentando que existiam duas formas de se chegar ao céu. Sua figura carismática e suas pregações ganharam adeptos e admiradores, especialmente em meio à população mais vulnerável e desfavorecida.

Com o passar do tempo, a figura de Antônio Conselheiro se tornou ainda mais emblemática, adquirindo um status de liderança espiritual e política para muitas pessoas. Sua atuação e carisma despertaram a atenção e o apoio de uma considerável quantidade de seguidores, o que acabou gerando um movimento conhecido como "Guerra de Canudos" ou "Revolta de Canudos".

O movimento liderado por Antônio Conselheiro ganhou força no Arraial de Canudos, na Bahia, onde se estabeleceu uma comunidade autônoma que buscava viver de acordo com suas próprias regras e concepções religiosas.

A trajetória de Antônio Conselheiro foi permeada por desafios e conflitos com as autoridades locais e o governo brasileiro. O confronto entre os seguidores do líder religioso e as forças militares do exército culminou em uma série de batalhas sangrentas, que tiveram como desfecho o fim do movimento de Canudos e a morte de Antônio Conselheiro em 1897.

“De Antônio Conselheiro ignoramos se teve alguma entrevista com o anjo Gabriel, se escreveu algum livro, nem sequer se sabe escrever. Não se lhe conhecem discursos.”
Critica de Machado de Assis no Jornal Gazeta de Notícias relatando imprecisão e as más intenções quando começou a guerra.

Pintura retratando Canudos antes da guerra

1893 - Cria o Arraial de Canudos:

No ano de 1893, Antônio Vicente Mendes Maciel, também conhecido como Antônio Conselheiro, criou o Arraial de Canudos, que mais tarde foi rebatizado como Belo Monte, em 13 de junho do mesmo ano. Neste local, ele estabeleceu uma comunidade com base em ideias de solidariedade cristã, onde as pessoas viviam de forma independente, sem cobranças de impostos e sem a burocracia do governo.

Crítico ferrenho da República e suas políticas, Conselheiro passou a atrair desvalidos e desfavorecidos da região, formando um crescente grupo de seguidores. O Arraial de Belo Monte viu seu número de habitantes crescer significativamente, chegando a abrigar entre 25 mil e 30 mil pessoas, tornando-se a uma cidade com segunda maior população do Estado.

Essa concentração de pessoas e as ideias "revolucionárias" de Antônio Conselheiro começaram a incomodar as autoridades locais, especialmente fazendeiros e políticos, que viam Belo Monte como uma ameaça à ordem estabelecida. A região passou a ser vista como uma "terra sem lei" pelas autoridades, e elas tomaram medidas para perseguir os conselheiristas, impedindo ou até mesmo matando aqueles que tentassem migrar para o local.

Assim, o Arraial de Belo Monte se tornou um ponto de tensão e conflito com as autoridades, e o movimento liderado por Antônio Conselheiro se tornou cada vez mais resistente e determinado em defender suas ideias e sua comunidade. Essa tensão culminaria, mais tarde, na sangrenta e trágica Guerra de Canudos, que marcaria profundamente a história do Brasil.

A Repressão:

 Conflito de Canudos foi um dos episódios mais marcantes da história do Brasil, e suas raízes remontam ao motivo inicial do conflito: a compra de madeira em Juazeiro. Supostos ataques com conselheiristas à cidade levaram o prefeito a pedir ajuda e preparar 120 soldados para enfrentar a suposta ameaça. Sem qualquer ataque, os soldados partiram para Canudos, dando início a uma série de expedições.

Canudos em 1897. Fotografia de Flávio de Barros, fotógrafo do Exército

A primeira expedição ocorreu em 21 de novembro de 1896, onde cerca de 1.000 conselheiristas enfrentaram os 120 soldados. Embora tenham vencido o confronto, os soldados perderam a capacidade de atacar e deixaram parte de suas armas para trás. Em janeiro de 1897, a segunda expedição foi liderada pelo Major Febrônio de Brito, com 250 policiais e soldados. No entanto, mais 120 soldados perderam suas vidas, e novamente as armas foram deixadas para trás.

Com a crescente tensão, Canudos passou a ser visto como inimigo da República, sendo acusado de ser um movimento monarquista com o objetivo de pôr fim à República. Uma nova expedição, desta vez organizada pelo governo federal, foi liderada pelo Coronel Antônio Moreira César, conhecido como o "corta-cabeças", com 1.300 homens e 6 canhões. A expedição enfrentou guerrilhas pelo caminho, e ao chegar em Canudos, sofreu uma derrota, com Moreira César sendo morto por ataques epiléticos e um tiro na barriga.

Uma quarta expedição, com mais de 10 mil soldados, liderada pelo Ministro da Guerra, Marechal Carlos Machado de Bitencourt, cercou Canudos em setembro de 1897. O cerco durou até a morte de Antônio Conselheiro, e durante esse tempo, todos os homens do arraial foram mortos e decapitados. Estima-se que entre 15 mil a 25 mil pessoas tenham perdido suas vidas.

Mulheres e crianças, seguidoras de Antônio Conselheiro, presas durante os últimos dias da guerra

    O conflito chegou ao seu trágico fim com a derrota de Canudos, marcando um episódio sangrento na história do Brasil. A resistência e a devoção dos seguidores de Antônio Conselheiro deixaram um legado de lutas e revoltas contra as condições de miséria e desigualdade social que prevaleciam na região nordestina do país.

Antônio Conselheiro morto, em sua única foto conhecida, tirada por Flávio de Barros no dia 6 de outubro de 1897

“Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo.” "Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda História, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.” Euclides da Cunha

 

Mapa Mental - Revolta de Canudos 

Motivações Gerais:

  • Crise na Política: Início da República - Ditadura Militar;
  • Aumento dos impostos, problemas Econômicos;
  • Crise social: fim da escravidão sem preocupação com a sua inserção na sociedade;
  • Seca cíclicas;

Antônio Vicente Mendes Maciel Conhecido com Antônio Conselheiro

  • Nascido em 1830
  • No Ceará;
  • Foi comerciante e rábula;
  • Torna-se um peregrino, na década de 1860;
    • Reconstrução de Igrejas e Cemitérios (2 formas de chegar ao céu);

3. 1893 - Cria o Arraial de Canudos:

  • Rebatizado de Belo Monte, 13 de junho de 1893;
  • Viviam em uma comunidade, baseado na ideias de solidariedade Cristã;
  • Arraial independente, sem cobranças de imposto e sem a burocracia do governo;
  • Critico a República;
  • Passa a criar um comunidades com os desvalidos da região;
  • Cada vez mais pessoas - em torno de 25 a 30 mil pessoas (2ª maior população do Estado);
  • Belo Monte passou a ser visto como um risco as autoridades locais (fazendeiros e políticos);
    • Uma terra sem lei, segundo as autoridades;
  • Autoridades passaram a perseguir os conselheiristas, impedindo ou matando quem tentasse migra para lá,

O Conflito:

  • O motivo do conflito:
    • Compra de Madeira em Juazeiro;
    • Suposto dos ataque com conselheiristas a cidade para a retirada a madeira;
    • Prefeito pede ajuda e se prepara com 120 soldados;
    • Sem ataque, os soldados partem para Canudos;
  • Expedições:
    • 1º Expedição, 21 de novembro de 1896:
      • Conselheiristas (1.000 homens) Vs Soldados (120 homens);
      • Vitoria dos Soldados (12 mortos e 16 feridos) porem perdem a capacidade de ataque;
      • Deixam parte das armas para trás;
    • 2ª Expedição - Janeiro de 1987:
      • Comandado pelo Major Febrônio de Brito;
      • 250 policiais e soldados;
      • Morrem mais 120;
      • Deixam as armas para trás.
      • Vitória dos Conselheiristas;
    • 3ª Expedição - 1897:
      • Canudos torna-se inimigo da República - Presidente Prudente de Moraes;
      • É dito que era um Movimento Monarquista que pretendia for fim a República;
      • Nova expedição mas desta vez organizada pelo governo Federal;
      • liderança da Expedição Coronel Antônio Moreira César - o "corta-cabeças"
      • 1300 homens e 6 Canhões;
      • Chegam até Canudos:
        • Morte de Moreira César (ataques epiléticos e tiro na barriga);
        • Derrota - pelas Guerrilhas;
        • Derrota ao chegar a Canudos;
        • Bateu em Retirada - Deixa as armas para trás.
    • 4º Expedição:
      • abril de 1897 -
      • Ministro da Guerra - Marechal Carlos Machado de Bitencourt;
      • + de 10 mil soldados;
      • Cerco a Canudos;
      • Setembro de 1897 - fecha o certo;
      • Morte de Antônio Conselheiro;
      • Todos os Homens forma mortos e decapitados;
  • Entre 15 a 25 mil pessoas mortas;
  • Fim de Canudos;

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