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Ditatura Militar - Trabalhando com Músicas - Metodologia Ativa

Ditatura Militar - Trabalhando com Músicas

Geraldo Vandré em 1968. Arquivo Nacional.

Objetivo:

Essa atividade tem como levar o aluno a interpretarem as músicas de protesto

Turma:

1º ano A, B, C, D e E

Tempo: 

  • Apresentação da linha do tempo da Ditadura Militar - 20 minutos;
  • Apresentação das Músicas: leitura e explicação das curiosidades da música - 15 minutos;
  • Desenvolvimento - 1 aulas de 45 minutos.

Organização:

Duplas

Impressões:

Atividade em que os alunos trocam ideias e refletem sobre o momento histórico aprendendo a dialogar com as divergências de ideias

Resultado:

Algumas duplas desenvolveram a atividade com cuidado e atenção, usando ideias própria, enquanto outros alunos buscaram o mais fácil, usando inteligência artificial para fazer a atividade

Avaliação:

Correção das atividades

 

Introdução: Atividade de História - Professor Bruno

A ditadura militar no Brasil foi um período complexo e conturbado que ocorreu entre 1964 e 1985. Durante esse tempo, o país passou por um regime autoritário em que as liberdades civis foram restringidas, a censura foi amplamente aplicada e houve violações dos direitos humanos. Esse período foi marcado pelo controle militar do governo, que afetou profundamente a sociedade, a política e a cultura brasileira.

Um aspecto notável desse período foi o uso da música como forma de protesto contra a repressão e as injustiças perpetradas pelo regime militar. Muitos artistas se tornaram porta-vozes da insatisfação popular por meio de suas letras engajadas e impactantes. Suas músicas se transformaram em hinos de resistência, simbolizando a luta pela liberdade de expressão e pelos direitos humanos.

Canções emblemáticas como "Para Não Dizer Que Não Falei das Flores" de Geraldo Vandré, "Cálice" de Chico Buarque, "Apesar de Você" também de Chico Buarque, e "Alegria, Alegria" de Caetano Veloso, desafiaram a censura e transmitiram mensagens de protesto de maneira poética e metafórica. Essas músicas refletiam o sentimento de indignação da sociedade perante as injustiças e a falta de liberdade durante a ditadura.

Ao analisar essas músicas, podemos entender como os artistas usaram a arte como uma ferramenta de crítica social, questionando a opressão, a censura e a violência do regime militar. Cada canção oferece uma perspectiva única sobre esse momento histórico, contribuindo para a preservação da memória e da luta do povo brasileiro por justiça e democracia.


Segue as músicas: 



Música 1 - 

    Cálice - Interpretado por Chico Buarque e Milton Nascimento  - Na canção, cheia de duplos sentidos, a palavra "Cálice" faz menção a "calar-se", denunciando os abusos contra a liberdade de expressão por parte do governo, ao mesmo tempo, insinua que os ditadores também deviam se calar, deixando de ditar ordens repressão, tortura, censura. O "vinho tinto de sangue" revela todas as torturas e mortes de pessoas consideradas "inimigas" do governo que estavam ocorrendo naquele momento.

    Metáfora: “Pai, afasta de mim esse cálice” Interpretação: A palavra “cálice” é um trocadilho com “cale-se”, referindo-se à censura e repressão durante a ditadura militar. A metáfora evoca a oração de Jesus no Jardim do Getsêmani, pedindo para ser poupado do sofrimento, simbolizando o desejo de liberdade e o fim da opressão.

    Metáfora: “De muito gorda a porca já não anda” Interpretação: A “porca” representa o regime opressor, que se tornou tão corrupto e inchado de poder que já não consegue se mover. É uma crítica à ineficiência e à corrupção do governo militar.     Metáfora: “Quero cheirar fumaça de óleo diesel” Interpretação: A fumaça de óleo diesel simboliza a industrialização e o progresso material, mas também a poluição e a degradação ambiental. É uma crítica ao desenvolvimento a qualquer custo, sem considerar as consequências sociais e ambientais.


Cálice

Canção de Chico Buarque

Escrita em 1973, porém lançada em 1978 devido a censura


Pai, afasta de mim esse cálice

Pai, afasta de mim esse cálice

Pai, afasta de mim esse cálice

De vinho tinto de sangue

Pai, afasta de mim esse cálice, pai

Afasta de mim esse cálice, pai

Afasta de mim esse cálice

De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga?

Tragar a dor, engolir a labuta

Mesmo calada a boca, resta o peito

Silêncio na cidade não se escuta

De que me vale ser filho da santa?

Melhor seria ser filho da outra

Outra realidade menos morta

Tanta mentira, tanta força bruta

Pai, Pai!

Afasta de mim esse cálice (Pai!)

Afasta de mim esse cálice (Pai!)

Afasta de mim esse cálice

De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado

Se na calada da noite eu me dano

Quero lançar um grito desumano

Que é uma maneira de ser escutado

Esse silêncio todo me atordoa

Atordoado eu permaneço atento

Na arquibancada pra a qualquer momento

Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, Pai!

Afasta de mim esse cálice (Pai!)

Afasta de mim esse cálice (Pai!)

Afasta de mim esse cálice

De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda (Cálice)

De muito usada a faca já não corta

Como é difícil, pai, abrir a porta (Pai, cálice)

Essa palavra presa na garganta

Esse pileque homérico no mundo

De que adianta ter boa vontade

Mesmo calado o peito, resta a cuca

Dos bêbados do centro da cidade

Pai, Pai!

Afasta de mim esse cálice (Pai!)

Afasta de mim esse cálice (Pai!)

Afasta de mim esse cálice

De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno (Cálice)

Nem seja a vida um fato consumado (Cálice, cálice)

Quero inventar o meu próprio pecado (Cálice, cálice, cálice)

Quero morrer do meu próprio veneno (Pai, cálice, cálice)

Quero perder de vez tua cabeça (Cálice)

Minha cabeça perder teu juízo (Cálice)

Quero cheirar fumaça de óleo diesel (Cálice)

Me embriagar até que alguém me esqueça (Cálice)



Compositores: Francisco Buarque De Hollanda / Gilberto Passos Gil Moreira





Música 2 - 

    Alegria, alegria - Interpretada por Caetano Veloso - A canção reflete uma juventude que conviveu com "crimes, espaçonaves, guerrilhas", mas que não perdeu a vontade de ser livre, de amar e lutar por um futuro melhor. 

    Metáfora: “O sol nas bancas de revista” Interpretação: O sol representa a luz, a clareza e a verdade, enquanto as bancas de revista simbolizam a mídia e a informação. A metáfora sugere a disseminação de novas ideias e a busca por uma nova consciência cultural durante o movimento tropicalista.
    Eu vou” Interpretação: A repetição de “eu vou” ao longo da música simboliza a liberdade individual e a autonomia. É um grito de independência e autoafirmação, refletindo o espírito de mudança e inovação da época.

    

Alegria, alegria

Canção de Caetano Veloso

Lançada em 1967, essa música é um marco do movimento tropicalista no Brasil.


Caminhando contra o vento

Sem lenço e sem documento

No sol de quase dezembro

Eu vou

O sol se reparte em crimes

Espaçonaves, guerrilhas

Em cardinales bonitas

Eu vou

Em caras de presidentes

Em grandes beijos de amor

Em dentes, pernas, bandeiras

Bomba e Brigitte Bardot

O sol nas bancas de revista

Me enche de alegria e preguiça

Quem lê tanta notícia

Eu vou

Por entre fotos e nomes

Os olhos cheios de cores

O peito cheio de amores vãos

Eu vou

Por que não, por que não?

Ela pensa em casamento

E eu nunca mais fui à escola

Sem lenço e sem documento

Eu vou

Eu tomo uma Coca-Cola

Ela pensa em casamento

E uma canção me consola

Eu vou

Por entre fotos e nomes

Sem livros e sem fuzil

Sem fome, sem telefone

No coração do Brasil

Ela nem sabe, até pensei

Em cantar na televisão

O sol é tão bonito

Eu vou

Sem lenço, sem documento

Nada no bolso ou nas mãos

Eu quero seguir vivendo, amor

Eu vou

Por que não, por que não?

Por que não, por que não?

Por que não, por que não?


Compositores: Caetano Emmanuel Viana Teles Veloso



Música 3 -  

    Contexto: Pra não dizer que não falei de flores  - interpretada por Geraldo Vandré - A canção se tornou um hino de resistência e convidava as pessoas a se unir, agir e lutar por dias mais livres e democráticos.

    Metáfora: “Vem, vamos embora, que esperar não é saber” Interpretação: A metáfora incentiva a ação e a resistência, sugerindo que esperar passivamente não leva ao conhecimento ou à mudança. É um chamado à mobilização e à luta contra a opressão, refletindo o espírito de resistência da época.
    Metáfora: “Nas escolas, nas ruas, campos, construções” Interpretação: Essa metáfora abrange todos os aspectos da sociedade, sugerindo que a luta pela liberdade e justiça deve ocorrer em todos os lugares e ser conduzida por todas as pessoas, independentemente de sua posição social.     Metáfora: “Há soldados armados, amados ou não” Interpretação: Os soldados armados representam a repressão militar, enquanto “amados ou não” sugere a complexidade das relações humanas e a ambiguidade moral da guerra e da violência. É uma reflexão sobre a natureza do poder e da resistência.

    

Caminhando

Canção de Geraldo Vandré

Música lançada em 1968.



Caminhando e cantando

E seguindo a canção

Somos todos iguais

Braços dados ou não

Nas escolas, nas ruas

Campos, construções

Caminhando e cantando

E seguindo a canção

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

Pelos campos há fome

Em grandes plantações

Pelas ruas, marchando

Indecisos cordões

Ainda fazem da flor

Seu mais forte refrão

E acreditam nas flores

Vencendo o canhão

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

Há soldados armados

Amados ou não

Quase todos perdidos

De armas na mão

Nos quartéis lhes ensinam

Uma antiga lição

De morrer pela pátria

E viver sem razão

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas

Campos, construções

Somos todos soldados

Armados ou não

Caminhando e cantando

E seguindo a canção

Somos todos iguais

Braços dados ou não

Os amores na mente

As flores no chão

A certeza na frente

A história na mão

Caminhando e cantando

E seguindo a canção

Aprendendo e ensinando

Uma nova lição

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber


Compositores: Geraldo Pedrosa De Araújo Dias



No seu caderno responda as seguintes perguntas

 

  1. Como a censura e a repressão afetaram a expressão artística e a liberdade de expressão na época?
  2. Quais são os principais temas abordados em cada uma das músicas?
  3. Cite 2 exemplos de metáforas e ou simbolismo que os artistas usaram para transmitir sua mensagem de protesto? Explique o significa da palavra tanto como metáfora como o real sentido.
  4. Como o público provavelmente reagiu a essas músicas na época?
  5. As músicas tinham o objetivo de incentivar a ação ou conscientização da população? Como?
  6. Na sua opinião, como essas músicas podem ter influenciado ou influenciam a opinião pública em relação à ditadura militar?
  7. Elas podem ser aplicadas a situações políticas e sociais atuais?
  8. Cite 2 músicas atuais que poderiam ser usadas como forma de conscientização.

Clique no link e tenha acesso ao material para baixar faça um Ctrl C e um Ctrl V e arrume como bem entender e se fez alterações deixe aqui nos comentários. Se usou outras musicas ou alterou as perguntas deixa aqui.




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