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Economia e a Sociedade Açucareira

 

Por Frans Post - Scanned from Itamaraty Safra catalogue (1993)., Domínio público, 

01)  As bases do antigo Sistema Colonial:

As bases do antigo Sistema Colonial foram fundamentais para a formação das relações econômicas e políticas entre as colônias e as metrópoles. O Sistema Colonial tinha como principal objetivo a obtenção de riquezas através da circulação de mercadorias. Isso era alcançado por meio do estabelecimento de monopólios de compra e venda, o que significava que apenas a metrópole tinha o direito exclusivo de comercializar com as colônias.

Uma das principais estruturas desse sistema era o Pacto Colonial, que consistia no monopólio de comércio e na política de Portos Fechados. Isso significava que as colônias só podiam realizar transações comerciais com a metrópole, impedindo-as de estabelecer relações comerciais diretas com outros países.

Outro aspecto importante foi a nacionalização da economia, que ocorreu através da união entre a monarquia (governo) e a burguesia (classe mercantil). Essa aliança visava fortalecer o poder econômico e político das metrópoles sobre suas colônias.

sistema colonial era composto por duas partes principais: as colônias, localizadas na periferia, e o núcleo, representado pela metrópole. Essas partes estavam interligadas através do capitalismo comercial, onde as colônias forneciam matérias-primas e recursos naturais para a metrópole, que, por sua vez, fornecia produtos manufaturados e exercia controle sobre a economia colonial.

Além disso, o mercantilismo, que era a política econômica predominante na época, apresentava várias formas, como o metalismo (acúmulo de metais preciosos), bulionismo (valorização da moeda através do acúmulo de ouro e prata), colbertismo (intervenção estatal na economia para promover o desenvolvimento industrial), cameralismo (políticas econômicas focadas no interesse do Estado) e comercialismo (ênfase no comércio e na obtenção de lucros).

Essas bases do Antigo Sistema Colonial foram essenciais para moldar as relações econômicas e políticas entre as colônias e as metrópoles, definindo o papel de cada uma e estabelecendo um sistema de controle e exploração que perdurou por muitos anos.


02)  A organização político-administrativa das colônias Americanas:

Durante o período colonial, as potências europeias estabeleceram diferentes estratégias e estruturas administrativas em suas colônias. Vamos explorar essas características específicas de cada país em um texto para os alunos.

Espanha foi responsável pela descoberta de grandes quantidades de ouro no México e no Peru. Essa descoberta trouxe uma enorme riqueza para a metrópole espanhola, impulsionando sua economia. A estrutura administrativa estabelecida pela Espanha baseou-se nos núcleos mineradores, que se tornaram as principais colônias espanholas, sendo fornecedoras da principal riqueza, o ouro. O foco estava na extração de minérios preciosos, como o ouro, e o envio dessas riquezas para a Espanha.

Portugal, por sua vez, se concentrou na prática da plantation, especialmente no cultivo de cana-de-açúcar. Essa atividade era realizada em grandes propriedades chamadas latifúndios, destinadas principalmente a atender a demanda do mercado externo. Para garantir a produção em larga escala, Portugal utilizou mão de obra escrava. Além disso, a administração portuguesa era voltada para obter o máximo de lucro possível com a exploração dessas colônias.

A Inglaterra adotou diferentes abordagens em suas colônias. No sul da Nova Inglaterra, a formação de colônias baseava-se em latifúndios agroexportadores, onde produtos como tabaco e algodão eram cultivados para serem comercializados na Europa. No norte, as colônias eram estabelecidas como colônias de povoamento, motivadas por perseguições religiosas e políticas na Inglaterra. O objetivo era criar comunidades permanentes, com agricultura e comércio voltados para a sustentabilidade local.

Essas diferentes estratégias e estruturas administrativas refletiam os interesses e prioridades de cada potência colonial. Enquanto a Espanha buscava riquezas minerais, Portugal se concentrava na produção agrícola para exportação e a Inglaterra explorava diversas abordagens, dependendo da região. Esses modelos coloniais deixaram um legado significativo na história das colônias e influenciaram profundamente o desenvolvimento econômico e social dessas regiões.


03)  Economia Colonial:

Durante o período colonial, a economia das colônias estava integrada ao sistema capitalista como uma área periférica, cuja principal função era fornecer produtos tropicais. Essa integração tinha características específicas que podem ser resumidas da seguinte forma:

Complementar: As colônias forneciam produtos que complementavam a produção das metrópoles. Enquanto as metrópoles se dedicavam à manufatura e ao comércio de produtos "industrializados", as colônias se especializavam na produção de matérias-primas tropicais, como açúcar, tabaco e algodão.

Especializada: Cada colônia tinha uma especialização produtiva, focando na produção de um determinado produto específico. Isso levou a uma divisão do trabalho, onde algumas colônias eram especializadas na produção de açúcar, por exemplo, enquanto outras se dedicavam ao tabaco ou ao algodão.

Extrovertida: A economia colonial estava voltada para o comércio externo. A produção das colônias era destinada principalmente à exportação, visando abastecer os mercados europeus e gerar lucros para as metrópoles.

Dependente: As colônias eram altamente dependentes das metrópoles em termos econômicos. Elas tinham pouca autonomia e estavam sujeitas às decisões e interesses das potências colonizadoras. Essa dependência era evidente tanto na esfera econômica quanto na política.


O sistema de produção predominante nessas colônias era conhecido como "LEME", que consistia em:

- Latifúndio: Grandes propriedades de terra controladas por uma elite dominante, onde ocorria a produção em larga escala.

Escravocrata: A mão de obra utilizada era composta principalmente por escravos africanos, que eram trazidos forçadamente para as colônias para trabalhar nas plantações.

- Monocultor: A produção estava concentrada em um único tipo de cultura, como cana-de-açúcar, tabaco ou algodão.

- Exportação: O objetivo principal era produzir para exportação, visando atender à demanda dos mercados externos e gerar lucros para as metrópoles.

Essas características e o sistema de produção "LEME" evidenciam a relação de exploração e dependência das colônias em relação às metrópoles. Essa estrutura econômica moldou profundamente o desenvolvimento das colônias durante o período colonial.


04)  Cana de Açúcar: Apogeu 1570-1650

Durante o período colonial, diversos fatores contribuíram para o sucesso da produção açucareira nas colônias. Vamos explorar esses fatores e suas características gerais.

Os fatores de êxito na produção açucareira foram os seguintes:

Técnica de produção conhecida: A produção de açúcar era uma técnica dominada pelos colonizadores, o que permitiu uma produção eficiente e de qualidade.

- Condições naturais favoráveis: As colônias possuíam condições climáticas e geográficas ideais para o cultivo da cana-de-açúcar, incluindo solo fértil (solo massapê), clima tropical, disponibilidade de terras e água.

- Facilidade na obtenção de escravos: A presença de grandes quantidades de escravos africanos nas colônias facilitou a mão de obra necessária para a produção açucareira.

- Aplicação de capital holandês: Os holandeses investiram significativamente na produção açucareira, fornecendo financiamento para a construção dos engenhos, produção de materiais e transporte do açúcar para a Europa, além do refinamento e distribuição do produto nos centros consumidores europeus.

- Mercado em expansão: A distribuição do açúcar pelos holandeses expandiu o mercado, aumentando a demanda e impulsionando a produção açucareira.


As características gerais da produção açucareira eram as seguintes:

- Grande propriedade: A produção açucareira era realizada em grandes propriedades, impulsionada por dois fatores: quanto maior a propriedade, maior a produção, e a facilitada pelas doações de sesmarias.

- Grande capital inicial: Era necessário um alto investimento inicial para estabelecer e manter um engenho, devido aos custos de construção, compra de escravos e outros equipamentos.

- Monocultura: A produção era focada exclusivamente na cana-de-açúcar, o que levou a uma dependência significativa desse único produto.

- Baixa produtividade: Devido à técnica rudimentar de preparo do solo, que envolvia queima e coivara, a produtividade era relativamente baixa, levando a explorar cada vez mais terras (entornos).

- Localização: A produção açucareira era concentrada principalmente nas regiões da Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.


A unidade de produção era o engenho, que podia ser de dois tipos: d'água ou real, movido pela força da água (necessidade de rio), e engenho trapiche, movido por bois ou cavalos. O engenho era composto por várias estruturas, como a Casa Grande, Casa da Moenda, Casa da Fornalha, Casa de Purgar, Senzala e Capela.

Existiam dois tipos de propriedades produtoras: os latifúndios, que seguiam o modelo de plantation, e as fazendas livres, de pequena ou média propriedade, que não possuíam engenho, moendo a sua cana nos engenhos, pagando por tal tarefa.

A escravidão era uma realidade na produção açucareira, com dois tipos principais de escravos: os indígenas, conhecidos como escravos da terra, e os africanos, que foram trazidos ao Brasil a partir de 1538. Até 1850, aproximadamente 3,5 milhões de africanos foram trazidos para o Brasil, sendo os sudaneses e bantos os grupos principais.

A decadência da produção açucareira ocorreu devido à queda nos preços do açúcar devido à concorrência das colônias antilhanas (holandeses e franceses), ao aumento dos custos de produção, à saída dos investimentos holandeses e à crise econômica na Europa.

Esses fatores e características da produção açucareira contribuíram para moldar a história colonial do Brasil e tiveram um impacto significativo na sociedade e na economia da época.


05)  Sociedade Colonial:

A sociedade colonial era caracterizada por ser predominantemente rural, patriarcal, conservadora e baseada no sistema escravista. Nela, ocorria uma mistura de raças, com a presença de brancos, negros e indígenas.

A estrutura social refletia a colonização seguindo os moldes do mercantilismo. Os brancos, especialmente os senhores de terras, formavam a classe dominante, enquanto os índios e os negros compunham a classe dominada pelos brancos.

A sociedade colonial era aristocrática e elitizada, com uma grande polarização entre os que não trabalhavam (a elite) e os que trabalhavam (os escravos). A concentração de renda estava nas mãos dos senhores de terras, que detinham o poder econômico, político e social.

A representação do poder dos senhores era simbolizada pela Casa Grande, uma grande residência e centro de poder familiar. Por outro lado, os escravos viviam na Senzala, condições precárias e subumanas.

Essa estrutura social complexa e desigual evidencia as relações de poder e exploração presentes na sociedade colonial. A hierarquia social e a divisão de classes eram fundamentais para a manutenção do sistema colonial e do lucro das elites dominantes.

Mapa Conceitual

Economia e Sociedade Açucareira do Brasil Colonial:

01)  As bases do antigo Sistema Colonial:

  • A origem da riqueza: circulação das mercadorias, por meio da obtenção dos monopólios de compra e venda;
  • Funcionamento do Pacto Colonial: monopólio e Portos Fechados;
  • Nacionalização da economia: união entre a monarquia e a burguesia;
  • Sistema colonial formado: Colônias (periferia) e Núcleo (metrópole) articulados através do capitalismo Comercial;
  • Varias formas de Mercantilismo: Metalismo, Bulionista, Colbertismo, Cameralismo e Comercialismo;

02)  A organização político-administrativa das colônias Americanas:

  1. Espanha: 
    1. Descoberta de ouro – México e Peru
    2. Estrutura administrativa: formação de colônias, baseada nos núcleos mineradores;
  2. Portugal:
    1. Plantation – cana de açúcar;
    2. Latifúndio;
    3. Para o mercado externo;
    4. Mão de obra escrava;
    5. Máquina administrativa voltada para obter o máximo de lucros possíveis;
  3. Inglaterra:
    1. Sul - Formação de Colônia no Sul da Nova Inglaterra;
      1. Latifúndio;
      2. Agroexportador;
    2. Norte:
      1. Colônia de povoamento, perseguições religiosas e políticas;

03)  Economia Colonial:

  1. Economia integrada ao sistema capitalista como área periférica, fornecedora de produtos tropicais;
  2. Características:
    1. Complementar;
    2. Especializada;
    3. Extrovertida;
    4. Dependente.
  3. Sistema de produção: "LEME"
    1. Latifúndio;
    2. Escravocrata;
    3. Monocultor;
    4. Exportação

04)  Cana de Açúcar: Apogeu 1570-1650

  1. Fatores de êxito:
    1. Técnica de produção conhecida;
    2. Condições naturais favoráveis;
    3. Facilidade na obtenção de escravos;
    4. Aplicação de capital holandês:
      1. Financiamento;
      2. Produção de Materiais para o Engenho;
      3. Transporte do açúcar para a Europa;
      4. Refino e distribuição do produto nos centros consumidores europeus;
    5. Mercado em expansão, resultado da distribuição dos holandeses;
  2. Características Gerais:
    1. Grande propriedade;
      1. 2 fatores:
        1. Quanto maior a propriedade, maior a produção;
        2. Fatores história: doação de sesmarias;
    2. Grande Capital inicial;
    3. Monocultura;
    4. Baixa produtividade;
    5. Técnica rudimentar de preparo do solo; queima e coivara;
    6. Localização: Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro;
  3. Unidade de produção: Engenho.
    1. 2 tipos:
      1. D'agua ou Real;
    2. Engenho Trapiche;
    3. Composto por:
      1. Casa Grande;
      2. Casa da Moenda;
      3. Casa da Fornalha;
      4. Casa de Purgar;
      5. Senzala;
      6. Capela;
    4. 2 tipos de propriedades produtores:
    5. Latifúndios, modelo de plantation;
    6. Fazendas livres, pequena ou média propriedade, também chamada de fazendas obrigadas, estas sem engenho.
  4. Escravidão:
    1. 2 tipos:
      1. Indígena (escravo da terra);
        1. Mesmo combatida pelos jesuítas continuou até 1758, abolição - Marques de Pombal;
      2. Negra Africana;
        1. Já existia antes do descobrimento do Brasil (1440);
        2. Chegaram no Brasil  em 1530;
        3. 1550 - dinamizou-se com a produção canavieira;
        4. 1538 - chegada dos primeiros escravos;
        5. 1568 - início do tráfico regular de escravos para o Nordeste;
        6. Até 1850 - 3.500.000 pessoas trazidas ao Brasil;
        7. 2 Grupos principais: Sudaneses e Bantos;
  5. Decadência:
    1. Queda no preço (concorrência antilhana);
    2. Aumento do custo de produção;
    3. Saída dos investimentos holandeses;
    4. Crise Econômica na Europa;

05)  Sociedade Colonial:

  1. Sociedade Rural;
  2. Patriarcal;
  3. Conservadoras;
  4. Escravista;   
  5. Mistura de raças: Brancos, Negro e Indígena;
  6. Sociedade atendendo a colonização aos moldes do mercantilismo;
  7. Brancos formaram a classe dominante;
  8. Concentração de Renda nas mãos senhoriais;
  9. Índios e Negros formavam a classe dominada pelos brancos;
  10. Sociedade Aristocrática e Elitizada e bastante polarizada: os que não trabalham e os que trabalham (Elite vs Escravos)
  11. O poder dos Senhores era representada pela Casa Grande enquanto que os escravos viviam na Senzala;

Economia do Açúcar - Brasil Colônia de Bruno Busnardo

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